segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CONTRA OS 3 GRANDES MONOPÓLIOS: DO DINHEIRO, DA TERRA, DA PALAVRA

Contra os três grandes monopólios: do dinheiro, da terra, da palavra
por Emir Sader
Três grandes monopólios articulam as estruturas de poder das minorias na nossa sociedade e tem que ser quebrados, para que possamos seguir avançando na construção de uma sociedade econômica, social, política e culturalmente democrática.
O primeiro é o poder do dinheiro, monopolizado nas mãos de algumas instituições financeiras, nacionais e estrangeiras, que se apropriam dele para multiplicar seus lucros especulativos. As altas taxas de juros, o Banco Central independente de fato, contribuem para a manutenção e incremento desse monopólio, ao invés de colocar os recursos financeiros a serviço do desenvolvimento econômico e social de todo o país.
O segundo grande monopólio é o da terra, nas mãos de elites minoritárias que a exploram, por exemplo, sob forma de agronegócios de exportação de soja, com transgênicos, concentrando ainda mais a terra em poucas mãos, deteriorando as condições de cultivo, enquanto outros simplesmente mantém latifúndios improdutivos e uma grande massa de trabalhadores continua sem terra e não temos autosuficiência alimentar. É preciso democratizar o acesso à terra, gerar empregos e alimentos para o mercado interno, o que é feito pela pequena e média empresa.
O terceiro é o monopólio da palavra, exercido pelas famílias proprietárias da velha imprensa, que dirigem empresas sem nenhuma democracia, financiada pelas agências de publicidade e as grandes empresas que colocam anuncio nesses órgãos.
São três grandes monopólios privados, que resistem ao imenso processo de democratização em curso na sociedade brasileira. Esses monopólios têm que ser rompidos, com a democratização do uso dos recursos financeiros, da terra e dos meios de comunicação, para que o Brasil se torne, definitivamente, uma sociedade democrática.

domingo, 19 de setembro de 2010

MANCHETES QUE VIRAM PROPAGANDA ELEITORAL

LEIA ESTE COMENTÁRIO DE RICARDO KOTSCHO SOBRE ESTA PROPAGANDA CASADA QUE A GLOBO, A VEJA, A FOLHA E O ESTADÃO VEM FAZENDO JUNTO COM A CAMPANHA DO SERRA... CRIANDO FACTÓIDES, MENTIRAS, INVERSÕES ... E O MAIS RIDÍCULO É VER O CARÁTER DOS DENUNCIANTES OU ENTREVISTADOS DESTA MÍDIA HIPÓCRITA E GOLPISTA... E COMO DISSE O LULA EM CAMPINAS ONTEM (DIA 18/09) NOSSA MÍDIA É TIPICAMENTE UM PARTIDO DE OPOSIÇÃO... ASSUMEM ESTA POSTURA DIARIAMENTE NOS JORNAIS, REVISTAS E TVs NA FORMA DE SUA COBERTURA, MAS NÃO TEM CORAGEM DE ASSUMIR PUBLICAMENTE QUEM APOIAM E CONTRA QUEM SÃO... FICAM HIPOCRITAMENTE SE PASSANDO DE NEUTROS, IMPARCIAIS... MAS O POVO ESTÁ VENDO O VIÉS RANCOROSO, ELITISTA DA GRANDE MÍDIA... E AS PESQUISAS ESTÃO MOSTRANDO QUE NÃO SE DEIXAM MAIS INFLUENCIAR... VIRÁ MAIS BAIXARIAS POR AÍ ATÉ O DIA 03-10, MAS VAMOS GANHAR NO PRIMEIRO TURNO E DESMORALIZAR ESTA MÍDIA GOLPISTA QUE VAI FICAR COM SUA CREDIBILIDADE PROFUNDAMENTE ABALADA... MAS TEMOS INTERNET... BLOGS... COMO DISSE O LULA, NÃO PRECISAMOS MAIS DE FORMADORES DE OPINIÃO PÚBLICA COMO ELES QUEREM SER... NÓS LEMOS, ANALISAMOS, VEMOS, DISCUTIMOS E DECIDIMOS... E VOTAMOS... E ELES QUE ENGULAM MAIS UMA...

A propaganda que a Rede Globo vem fazendo no Jornal Nacional (JN no Ar) todos os dias, onde claramente só mostra a parte ruim do Brasil para que o povo vote no 45. Realmente, o casal do JN é 45. Isso é liberdade de imprensa?”
Esta é a liberdade de imprensa que os oligopólios de mídia defendem. Ninguém pode contestá-los. Trata-se de um direito absoluto, sem limites. O citado JN no Ar, por exemplo, levanta todo dia a bola dos problemas das cidades brasileiras, onde falta de tudo e nada funciona. No mínimo, tem lugar onde falta homem e tem lugar onde falta mulher… Logo em seguida, entra o programa do candidato José Serra para apresentar as soluções.
Na outra metade do programa tucano, em tabelinha com os principais veículos de comunicação do país, são apresentadas as manchetes dos jornais e revistas com denúncias contra a candidata Dilma Rousseff, o governo Lula e o PT, numa sucessão de escândalos sem fim até o dia de disparar a tal “bala de prata”.
Já não dá mais para saber onde acaba o telejornal e onde começa o horário político eleitoral, o que é fato e o que é ilação, o que é notícia e o que é propaganda. A estratégia não chega a ser original. Mas, desde o segundo turno entre Collor e Lula, em 1989, eu não via uma cobertura tão descarada, um engajamento tão ostensivo da imprensa a favor de um candidato e contra o outro.
O esquema é sempre o mesmo: no sábado, a revista Veja lança uma nova denúncia, que repercute no JN de sábado e nos jornalões de domingo, avançando pelos dias seguintes. A partir daí, começa uma gincana para ver quem acrescenta novos ingredientes ao escândalo, não importa que os denunciantes tenham acabado de sair da cadeia ou fujam do país em seguida. Vale tudo.
Como apenas 1,5 milhão de brasileiros lê jornal diariamente, num universo de 135 milhões de eleitores, ou seja, o que é quase nada, e a maioria destes leitores já tem posição política firmada e candidato escolhido, reproduzir as manchetes e o noticiário dos impressos na televisão, seja no telejornal de maior audiência ou no horário de propaganda eleitoral, é fundamental para atingir o objetivo comum: levar o candidato da oposição ao segundo turno, como aconteceu em 2006.
À medida em que o tempo passa e nada se altera nas pesquisas, que indicam a vitória de Dilma no primeiro turno, o desespero e a radicalização aumentam. Engana-se, porém, quem pensar que o eleitorado não está sacando tudo. Basta ler os comentários publicados nos diferentes espaços da internet _ este novo meio que a população vem utilizando mais a cada dia, para deixar de ser um agente passivo no mundo da informação e poder formar a sua própria opinião.

Em tempo: não tem jeito. Quanto mais denunciam, atacam, escandalizam, mais aumenta a diferença de Dilma para Serra. No novo Ibope divulgado esta noite pelo Jornal Nacional, o abismo entre os dois candidatos abriu de 24 para 26 pontos (51 a 25). O casal JN estava todo vestido de preto. A estratégia kamikase só está fazendo o candidato da oposição cair mais ainda nas pesquisas. Como vai ficar a credibilidade da imprensa depois das eleições?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

VEJA OUTROS VAZAMENTOS E A POSTURA DO SERRA... BEM DIFERENTE...

VEJA QUE INTERESSANTE ESTE VAZAMENTO QUE ACONTECEU ALGUNS ANOS ATRÁS... TODA A FAMÍLIA DO LULA, A FAMÍLIA DO SERRA E MAIS 100 MILHÕES DE BRASILEIROS, MAS O MAIS INTERESSANTE QUE AQUI VEMOS UM SERRA NÃO TÃO INDIGNADO... NÃO TÃO REVOLTADO... E A PRÓPRIA MÍDIA NÃO FEZ TODO ESTE ESCÂNDALO... E VEJA QUE SAIU DA PM DE SÃO PAULO...
Esse video aqui, do SBT de alguns anos atrás, quando se soube que na rua Santa Efigenia se comprava a senha para acessar mais de 17 milhões de sigilos fiscais, mostra um Serra muito tranquilo, falando que toda sua familia tinha sido acessada, e que era um absurdo, mas ficando claro que isso já era totalmente conhecido. Está sendo feita uma tempestade em copo dágua, apenas com finalidade eleitoral…

http://www.youtube.com/watch?v=pIKDfaN5K5A&feature=related

ESQUERDA E DIREITA

PARA AJUDAR A IDENTIFICAR ESQUERDA E DIREITA SEGUE UM ARTIGO DE EMIR SADER... LEIA
Há ainda direita e esquerda?
Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.
Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.
Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.
Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.
Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.
Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.
Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.
Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.
Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.
Direita. O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.
Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.
Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.
Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.
Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.
Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.
Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.
Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.
Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.
Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.
Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.
Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.
Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.
Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.
Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.
Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.
Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.
Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DIREFERENÇAS ENTRE OS ELEITORES DE DILMA E SERRA... ENTRE ESQUERDA E DIREITA

NESTA ENQUETE QUE O IG FEZ DÁ PARA VER BEM AS DIFERENÇAS... ENTRE ESQUERDA E DIREITA... ENTRE QUEM TEM SENSIBILIDADE COM O SOCIAL, QUEM TEM PRINCIPIOS SOCIALISTAS E QUEM É INDIFERENTE OU TEM PRINCIPIOS NEOLIBERAIS...

O IG promoveu uma enquete com 100 brasileiros, alguns personalidades públicas e outros anônimos, que revela bem a diferença do eleitor de Dilma e suas expectativas do eleitor de Serra.
O próprio site ressalva que a amostra não é suficientemente ampla para ter valor científico, mas é interessante ver como pensa boa parte do eleitorado tucano selecionado para a consulta.
Em relação ao Bolsa Família, o maior programa social do governo Lula, os eleitores de Serra são, em sua maioria, como Mme. Serra e Tasso Jereissati, que proclamam que é uma ação para que ninguém mais trabalhe. Dos que vão votar em Serra, 53%% querem o fim do programa. Já entre os eleitores de Dilma, 92,7% desejam a permanência do Bolsa Família.
A reforma agrária e o Movimento dos Sem Terra (MST), duas questões que causam alergia aos tucanos, também são rejeitadas pela maioria dos eleitores de Serra. Apenas 38,2% dos que votam no tucano consideram o tema fundamental. Entre os que vão votar em Dilma, 80% esperam que ela defenda a causa e o movimento.
A maioria dos simpatizantes de Dilma (70%) quer dela o compromisso de não privatizar empresas estatais, enquanto entre os eleitores de Serra, apenas 40% se preocupam com isso.
O apoio às cotas raciais nas universidades públicas também coloca em lados opostos os grupos de eleitores. Metade dos eleitores de Dilma quer que ela defenda a política de ação afirmativa, contra somente 14,7% dos que votam em Serra.
Quanto ao salário mínimo, nove em cada dez eleitores de Dilma afirmam ser importante aumentar o benefício. Entre os tucanos, o índice baixa para 70%.
Às vezes, uma simples enquete como essa serve mais para demonstrar a diferença entre esquerda e direita, sensibilidade social e indiferença do que muitos tratados sobre opções ideológicas a esse respeito.

ESCÂNDALO DA RECEITA: SERRA X AÉCIO

NESTE ARTIGO MARCOS COIMBRA MOSTRA DIREITINHO COMO A MÍDIA OPEROU O ESCÂNDALO DA RECEITA... INCLUSIVE COM CAMPANHA CASADA... ISTO É A MÍDIA DENUNCIA, SERRA AMPLIFICA ...
ELE SÓ NÃO ALERTOU PARA O HISTÓRICO DE SETEMBRO DE 2009, EM QUE SERRA E AÉCIO SE DEGLADIAVAM PARA VER QUEM SERIA O CANDIDATO DO PSDB, INCLUSIVE COM PRODUÇÃO DE DOSSIÊS DE AMBAS AS PARTES E BOATOS PLANTADOS EM JORNAIS E BLOGS, COMO JÁ CITEI EM POSTAGEM ANTERIOR... O CASO DA AGRESSÃO DE AÉCIO EM SUA NAMORADA E O CASO DO "PÓ PARA GOVERNADOR"... PORTANTO SERRA JÁ TINHA APELADO FEIO... E AÉCIO CONTRA-ATACOU... E AÍ ENTRA O LIVRO DE AMAURY RIBEIRO QUE SAIRÁ DEPOIS DAS ELEIÇÕES... MAS ISSO VC NÃO VÊ NA MÍDIA... MAS PODE PESQUISAR AQUI NA INTERNET...

Marcos Coimbra: a “bomba” contra Dilma teve impacto nulo
Quem, nas duas últimas semanas, leu os colunistas dos “grandes jornais” (os três maiores de São Paulo e Rio) deve ter notado a insistência com que falaram (ou deixaram implícito) que as eleições presidenciais não estavam definidas. Contrariando o que as pesquisas mostravam (a avassaladora dianteira de Dilma), fizeram quase um coro de que “nada era definitivo”, pois fatos novos poderiam alterar o cenário.
Por Marcos Coimbra*, no Correio Braziliense
Talvez imaginassem (desconfiassem, soubessem) que uma “bomba” iria explodir. Tão poderosa que mudaria tudo. De favorita inconteste, Dilma (quem sabe?) desmoronaria, viraria poeira.
Veio o fato novo: o “escândalo da Receita”. Durante dias, foi a única manchete dos três jornais. É muito? Certamente que sim, mas é pouco, em comparação ao auxílio luxuoso da principal emissora de televisão do país. Fazia tempo que um evento do mundo político não ganhava tanto destaque em seus telejornais. Houve noites em que recebeu mais de 10 minutos de cobertura (com direito a ser tratado com o tom circunspecto que seus apresentadores dedicam aos “assuntos graves”).
Hoje, passados 15 dias de quando “estourou” o “escândalo”, as pesquisas mostram que seu impacto foi nulo. A “bomba” esperada pelos que torciam pelo fato novo virou um traque.
Por mais que os “grandes” jornais tenham se esforçado para fazer do “escândalo da Receita” um divisor de águas, ele acabou sendo nada. Tudo continuou igual: Dilma lá na frente, Serra lá atrás.
Tivemos, nesses dias, uma espécie de dueto: um dia, essa imprensa publicava alguma coisa; no outro, a comunicação da campanha Serra a amplificava, dando-lhe “tom emocional”. No terceiro, mais um “fato” era divulgado, alimentando a campanha com um novo conteúdo. E assim por diante.
Um bom exemplo: o “lado humano” da filha de Serra ser alvo dos malfeitores por trás do “escândalo”. Noticiado ontem, virou discurso de campanha no dia seguinte, com direito a tom lacrimejante: “estão fazendo com a filha do Serra o mesmo que fizeram com a filha do Lula”.
Há várias razões para que a opinião pública tenha tratado com indiferença o “escândalo”. A primeira é que ele, simplesmente, não atingiu a imensa maioria do eleitorado, por lhe faltarem os ingredientes necessários a se tornar interessante. O mais óbvio: o que, exatamente, estava sendo imputado a Dilma na história toda? Se, há mais de ano, alguém violou o sigilo tributário de Verônica Serra e de outras pessoas ligadas ao PSDB, o que a candidata do PT tem a ver com isso? É culpa dela? Foi a seu mando? Em que sua candidatura se beneficiou?
A segunda razão tem a ver, provavelmente, com a dificuldade de convencer as pessoas que o episódio comprove o “aparelhamento do Estado pelo PT” ou, nas palavras do candidato tucano, a “instrumentalização” do governo pelo partido. Será que é isso mesmo que ele revela?
Se a Receita Federal fosse “aparelhada” ou “instrumentalizada”, por que alguém, a mando do PT (ou da campanha), precisaria recorrer a um estratagema tão tosco? Por que se utilizaria dos serviços de um despachante, mancomunado com funcionários desonestos? Não seria muito mais rápido e barato acessar diretamente os dados de quem quer que seja?
Não se discute aqui se alguém quis montar um dossiê anti-Serra ou se ele chegou a existir. Sobre isso, sabemos duas coisas: 1) é prática corrente na política brasileira (e mundial) a busca de informações sobre adversários, que muitas vezes ultrapassa os limites legais; 2) o tal dossiê nunca foi usado. As vicissitudes da candidatura Serra ao longo da eleição não têm nada a ver com qualquer dossiê.
O próprio “escândalo” mostra que a Receita Federal possui sistemas que permitem constatar falhas de segurança, rastrear onde ocorrem e identificar responsáveis. É possível que, às vezes, alguém consiga driblá-los. No caso em apreço, não.
No mundo perfeito, a Receita é inexpugnável, não existem erros médicos na saúde pública, todos os professores são competentes, não há guardas de trânsito que aceitam uma “cervejinha”. Na vida real, nada disso é uma certeza.
Todos esperam que o governo faça o que deve fazer no episódio (e em todas as situações do gênero): investigue as falhas e puna os responsáveis. Ir além, fazendo dele um “escândalo eleitoral”, é outra coisa, que não convence, pelo que parece, a ninguém.
* Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

terça-feira, 7 de setembro de 2010

QUEBRA DE SIGILO: SERRA X AÉCIO ISSO ERA BRIGA DE TUCANOS DESPENADOS

PARA LEMBRAR QUE JÁ TINHAMOS EXPLICADO ISSO EM SETEMBRO... AGORA A FOLHA NA TENTATIVA DE AJUDAR O SERRA VAZOU INFORMAÇÕES DA INVESTIGAÇÃO DA PF SOBRE A QUEBRA DE SIGILO DA RECEITA DA FAMÍLIA DO SERRA, ASSOCIANDO O JORNALISTA AMAURY A CAMPANHA DE DILMA... MENTIRA... COMO JÁ TÍNHAMOS EXPLICADO EM SETEMBRO (VEJA ABAIXO) AMAURY TRABALHAVA PARA O ESTADO DE MINAS, NUMA CONTRA-ESPIONAGEM A SERVIÇO DA PRÉ-CANDIDATURA DE AÉCIO... POIS SERRA TINHA ATACADO AÉCIO COM DOSSIÊS E BOATOS DE QUE AÉCIO TINHA BATIDO NA MULHER, QUE AÉCIO CHEIRAVA COCAINA (ISTO ESTÁ NUM ARTIGO DA FOLHA: PÓ PARA GOVERNADOR) PORTANTO AÉCIO CONTRA-ATACOU E UTILIZOU DOS SERVIÇOS DE AMAURY, REPORTER INVESTIGATIVO... E AGORA COMO PODEMOS VER ELE QUE PEDIU A QUEBRA DE SIGILO DOS PRÓXIMOS A SERRA... ERA BRIGA DE TUCANO COMO JÁ DISSEMOS... AÉCIO QUERIA PRÉVIAS NO PSDB E SERRA QUERIA ANIQUILAR AÉCIO, POIS SABIA QUE NAS PRÉVIAS INTERNAS AÉCIO GANHARIA...

QUE PENA QUE A MÍDIA SAFADA QUE TEM LADO NÃO EXPLICA DIREITINHO, MAS PARA QUEM É INTELIGENTE É SÓ VER AS DATAS... SETEMBRO DE 2009, NESTA ÉPOCA NEM EXISTIA CANDIDATURA DILMA, MAS EXISTIA A BRIGA DOS TUCANOS...

(post antigo)
SE VOCÊ NÃO ENTENDEU POR QUE A MÍDIA FALA TANTO EM QUEBRA DE SIGILO...? POR QUE ESTÃO TENTANDO PRODUZIR UMA SENSAÇÃO DE ESCÂNDALO..? POR QUE ESTÃO TENTANDO COLAR NO PT E NA DILMA A CULPA DA QUEBRA DO SIGILO...? É A TENTATIVA DESESPERADA DE LEVAR A ELEIÇÃO AO SEGUNDO TURNO...

MAS REPRODUZO UM ARTIGO ABAIXO QUE MOSTRA ONDE TUDO PODE TER COMEÇADO... COMO JÁ SABEMOS FOI EM SETEMBRO DE 2009, NESTA ÉPOCA DILMA NEM SERRA ERAM CANDIDATOS... E O QUE ESTAVA ACONTECENDO NA VERDADE NAQUELA ÉPOCA ERA UMA BRIGA ENTRE AÉCIO E SERRA PARA VER QUEM SERIA O CANDIDATO DO PSDB... E COMO É COSTUME DO SERRA ELE COMEÇOU A MANDAR RECADOS A AÉCIO, A INVESTIGAR E PRODUZIR DOSSIÊS CONTRA AÉCIO... SÓ PARA LEMBRAR SAIU UNS BOATOS, INCLUSIVE COMENTEI NESTE BLOG, SOBRE UMA AGRESSÃO DE AÉCIO EM SUA NAMORADA... TAMBÉM SAIU UMA COLUNA NO ESTADÃO QUE FAZIA REFERÊNCIA A SUPOSTO VICIO DE AÉCIO DE CHEIRAR PÓ COM O TÍTULO: PÓ PARA GOVERNADOR...

AÉCIO TAMBÉM MONTOU SUA DEFESA E ATRAVÉS DO JORNAL O ESTADO DE MINAS, LEVOU ADIANTE UMA INVESTIGAÇÃO COM O REPORTER AMAURY RIBEIRO JR. MAS COMO AÉCIO DESISTIU EM DEZEMBRO NÃO FOI PUBLICADO NADA NO JORNAL... MAS AMAURY FICOU COM UM CALHAMAÇO DE MATERIAL E DECIDIU PUBLICAR UM LIVRO... PORÕES DA PRIVATARIA... É ESTE LIVRO QUE ASSUSTA SERRA... E LÁ TEM MESMO MUITA COISA SOBRE SUA FILHA VERONICA SERRA, INCLUSIVE SUA RELAÇÃO DE SOCIEDADE COM A IRMÃ DE DANIEL DANTAS E MUITO MAIS... ESTE LIVRO SERÁ LANÇADO DEPOIS DAS ELEIÇÕES...

PORTANTO TUDO INDICA QUE AS ESTRADAS LEVAM A MINAS NESTA HISTÓRIA DE QUEBRA DE SIGILO E DOSSIÊS ...

POR QUE A MÍDIA NÃO ESCLARECE ISSO MELHOR, OU AO MENOS COLOCA A VERDADE TODA...

As estradas levam a Minas


“Indignação. É com esse sentimento que os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves.
Pior. Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra, competente e líder das pesquisas de intenção de votos até então.”
Esses dois parágrafos abrem o editorial do Jornal Estado de Minas do dia três de fevereiro de 2010, quando da oferta da vice-candidatura a Aécio Neves na chapa encabeçada por José Serra. A oferta seria recusada pelo mineiro.
Terça feira, dia 31 de Agosto de 2010. 5 meses depois. Entrevista do então candidato a presidencia pelo PSDB José Serra no Jornal da Globo. O candidato que na pesquisa Ibope está 27 pontos atrás de sua adversária Dilma Roussef lança uma acusação a sua adversária. Ela e o seu partido foram responsáveis pela violação do sigilo fiscal de sua filha, Verônica Serra, divulgada pela Receita Federal no dia anterior.
Dilma que tem 51% das intenções de voto tem grandes chances de se eleger já no primeiro turno.
O que se vê a partir daí é a repercussão em seu programa eleitoral e na mídia da acusação iniciada pelo candidato no telejornal do dia anterior.
A imprensa investiga o caso e descobre uma série de irregularidades, falsificação de documentos, de assinaturas, e um despachante que teria sido filiado ao PT.
E no calor da campanha eleitoral supõe-se de imediato que a violação atenderia ao PT e a candidatura de Dilma Roussef, especialmente tendo o PT em seu currículo outros casos semelhantes.
Mas a motivação da violação não pode ser apenas suposta. Deve ser provada. Quem, quando e porque violaram os dados fiscais de Verônica Serra?
Histórico
A violação do sigilo de Verônica ocorreu em setembro de 2009. Há um ano atrás, quando Dilma nem Serra eram ainda candidatos.
A época, dentro do PT, Lula se movimentava para lançar Dilma Roussef, e o PSDB ainda debatia sobre quem seria o candidato, Aécio Neves ou José Serra. O editorial do jornal Estado de Minas dá bem o tom da batalha que se travou nessa disputa interna entre os tucanos.
Relatos contam que em São Paulo, aliados de Serra investigavam a vida de Aécio Neves. Em resposta, aliados de Aécio em Minas passaram a investigar José Serra. Ambos os lados se preparavam para uma guerra de contra-informação.
Do lado de Aécio, um dos repórteres escalados para a missão foi Amaury Ribeiro. Premiado repórter investigativo, ele foi contratado pelo Jornal Estado de Minas.
Em entrevista a Revista Carta Capital em 4 de junho, Amaury Ribeiro descreve sua missão:
“À época, explica, havia uma movimentação, atribuída ao deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), visceralmente ligado a Serra, para usar arapongas e investigar a vida do governador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais. Justamente quando Aécio disputava a indicação como candidato à Presidência pelos tucanos. “O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo”, diz o jornalista. “Entrei em campo, pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro e sumiço de dinheiro público.””
Em 2009 quando o embate Aécio vs. Serra era mais intenso aconteceu então a quebra do sigilo da filha de Serra, Verônica.
Uma matéria da Folha de 5 de junho descreve a investigação realizada por Amaury no Estado de Minas:
“Repórter investigativo com passagens por Folha, “O Globo” e “Jornal do Brasil”, ele foi escalado para apurar eventuais irregularidades relacionadas ao outro presidenciável tucano, Serra.
O resultado das apurações do jornalista nunca foi publicado pelo jornal. “Ele trabalhava em várias investigações. Essa investigação específica não estava concluída quando ele pediu demissão no final de 2009″, diz o diretor de Redação do “Estado de Minas”, Josemar Gimenez.”
Na redação do Estado de Minas, Amaury era o principal responsável pelas investigações sobre José Serra. Repórter especial, sua rotina não envolvia bater ponto na redação, tinha o horário mais flexível, entrava e saía quando quizesse e viajava sempre que necessário.
Amaury pediu demissão do Estado de Minas em novembro de 2009. Dois meses antes, em setembro, o sigilo fiscal de Verônica Serra havia sido violado.
A briga interna no PSDB seria solucionada sem a necessidade de armas, pois Aécio Neves desiste da pré-candidatura em dezembro daquele ano. O repórter tinha então em suas mãos uma série de informações coletadas sobre José Serra que editou em um livro entitulado “Os porões da privataria” que prometeu publicar após as eleições.
Na introdução de seu livro o jornalista discorre extensamente sobre movimentações financeiras e o envolvimento de Verônica Serra em empresas no Brasil e no exterior.
Mas e o PT?
Do lado do PT, em setembro de 2009 a candidatura de Dilma Roussef não existia, e o partido ainda não conhecia o seu adversário, já que Aécio só desistiria da pré-candidatura em dezembro.
Deve-se ainda lembrar das boas relações do PT e PSDB em Minas Gerais. Ao contrário do que ocorre no resto do país, em Minas os dois partidos dialogam bem. O atual prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, foi eleito fruto da coalisão entre o ex-prefeito Fernando Pimentel do PT e Aécio Neves.
Amaury, meses depois de se demitir do Estado de Minas, vai trabalhar na campanha de Dilma Roussef, exatamente ao lado de Fernando Pimentel. Após acusações de que Pimentel e a pré-campanha de Dilma estariam produzindo um dossiê sobre Serra, Pimentel abandona a coordenação e Amaury vai para a TV Record, onde trabalha hoje.
O fato, no entanto é que a referida quebra do sigilo de Verônica Serra ocorreu quando Amaury Ribeiro ainda era funcionário do jornal Estado de Minas e preparava um eventual contra-ataque de Aécio a Serra.
Se o responsável pela quebra do sigilo foi Amaury ou qualquer outro reporter resta a Polícia Federal investigar. Mas pelo silêncio do Jornal Estado de Minas na semana passada, estampando manchetes sobre poluição em Belo Horizonte, enquanto os jornais no resto do país noticiavam o escandalo, é de se desconfiar que as estradas da quebra do sigilo de Verônica levam a Minas Gerais.